Sinto uma grande interrogação e o vazio da dúvida que chega a ser denso. A vontade de chorar é grande principalmente quando se tem um coração já encharcado por uma tempestade que molhou antes. Dói no peito sem motivo. Não é falta de companhia, nem do que fazer, é ter só acordado num dia onde tudo o que se mais quer ainda não foi alcançado, é a falta de paciência pra ter que esperar esquentar e tudo ainda permanece gelado. É um dia quando já se acorda cansado. É ter que mudar um pouco de ânimo mesmo que seja para o desânimo.Um dia onde não se tem nada, só o agora, o presente, pequeno e ínfimo, espremido entre um futuro largo e um passado cada instante mais enorme e onde não se existe, só se sabe. Não se vê a folha murchando, ela está murcha, não se vê a ruga formando, não se vê o fio crescendo, não se vê a fração do segundo, e o tempo todo tudo acontecendo. O instante mínimo responsável pela transformação que ainda não aconteceu. E a falta de paciência em esperar... Não se é impaciente, mas se está impaciente. Amanhã tudo em seu lugar e a crença em um dia feliz, sem a inspiração da preocupação igualzinho como foi o dia de ontem; mas hoje o momento é dedicado à morte da crença, a falta de esperança, a angústia, a ansiedade, a insônia, a desistência do que nunca vigora por mais que se regue. E foi um dia que não combinou com sorrisos nem com lágrimas. Foi apático por sua força advinda da estagnação.É.Agora sem cores.Viver é isso que eu costumo esquecer.



Tiago Landeira .

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